Orson Peter Carrara

Com naturalidade

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Se há um assunto que deve ser encarado com a maior naturalidade, inclusive em casa com os filhos, é a velha questão da morte. Sim, afinal, ela é algo absolutamente certo na vida de todo ser humano. Todos viveremos a experiência de encontrar-se com o tal fenômeno que enrijece o corpo e ausenta a pessoa da convivência com a família.

E o assunto deve mesmo merecer nossa atenção porque ela, a morte, é quase sempre visita inesperada ou evitada, mas é uma visita necessária e de presença certa, que pode ocorrer a qualquer momento, sem aviso muitas vezes. Ocorre que desde milênios, a morte sempre foi encarada como algo aterrador, que joga suas vítimas para valas de escuridão e causa pavor nos que ficaram, pois sempre foi vestida com as roupagens do sobrenatural e do misticismo. Isto porque caía no terreno do desconhecido.

Porém, o desconhecido tornou-se conhecido. Com a revelação espírita, os próprios que já haviam enfrentado o fenômeno da passagem para a pátria verdadeira retornaram para descrever a nova morada. Na verdade, a morte não existe, pois a alma vive sempre. Morre o corpo, instrumento de experiências para o espírito, de vida curta, porém. Mas, a individualidade prossegue após a morte do corpo físico.

E muitos perguntam: Mas como é depois? E chegam a afirmar: ninguém voltou para dizer… Eis o engano: voltaram sim e revelaram como é. Mas aí pode surgir outra dúvida: como crer que isto seja real? Eis o segredo: raciocinar.

Os espíritos, que nada mais são que os seres humanos antes e após o corpo, através de uma capacidade orgânica chamada mediunidade, podem entrar em comunicação com quem ainda está aqui na vida material. E neste intercâmbio, revelam a própria situação, suas impressões e experiências. Foi o que fez Allan Kardec com a publicação de O Livro dos Espíritos, mas com um detalhe: essas informações devem ser aprovadas pela lógica, pelo bom senso e pela concordância geral. Se fugir desses itens, esqueça!

É aí que surge o segredo de raciocinar, atitude que todos podem usar.

Pensemos que o dinamismo da vida não pode resumir-se naquilo que vemos e vivemos aqui, por tão curto espaço de tempo. E Deus, sendo Pai, não poderia reservar a destruição ao final de uma experiência. Simples, não? A vida continua, pois. Como é, entretanto, a nova vida?

Essa descoberta notável depende do interesse de cada um em conhecer e estudar.

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